Bem-Vindo(a)

Deus não desiste de você !

Balneário Arroio do Silva - SC

terça-feira, 6 de novembro de 2012




"Para conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso  e pela desgraça.
No sucesso, verificamos a quantidade; na desgraça , a qualidade".
(Confucio)
"Quando se critica o tolo ele se ofende;mas  o sábio aprende" Agustinho

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Tatuagem é pecado?

Tabu, religiosidade, moda, legalismo, pressão social, enfim, seja lá qual for o contexto, discutir sobre esse assunto (tatuagem) ainda é muito polêmico, seja no meio cristão ou mesmo secular. Tenho uma tatuagem, acho algumas tatuagens bem bonitas, porem sempre tive cautela e receio em relação à prática. Meu principal receio: Arrepender. No meio cristão vários são os argumentos utilizados para atacar a prática da tatuagem e os principais e mais polêmicas são retirados de textos bíblicos.

E que argumentos seriam esses? Seriam eles sólidos?

Acho que a simples polêmica em torno desse tema já nos desperta para ler o artigo, além disso, antes de formarmos opinião sobre algo específico é sempre bom avaliarmos a questão pelos mais diversos ângulos possíveis. Então, que seja proveitosa e esclarecedora sua leitura.

FATOS SOBRE TATUAGEM QUE NÃO PODEM SER DESPREZADOS

“Sabe o que é? Estou com dúvida sobre se posso ou não fazer uma tatuagem. O que o senhor, pastor, me aconselha?”

Claro que não, seu idiota! Se você ainda tem dúvidas, está mais do que claro que NÃO DEVE fazer. Mas como vira e mexe ainda sou obrigado a responder este tipo de pergunta, gostaria de fazer uma reflexão objetiva e definitiva sobre tatuagens.

1) Dói. Então se sua tolerância à dor é baixa, não se arrisque.
2) Não sai. Por mais moderno que sejam os lasers prometidos pelo seu dermatologista, sempre ficam pequenas cicatrizes (algumas nem tão pequenas assim).
3) Não conseguirá trabalhar em qualquer lugar. Claro que isto está mudando, principalmente nos grandes centros. Mas ainda não é a realidade na maior parte do Brasil.
4) Três de cada cinco pessoas que fazem tatuagem se arrependem nos dois primeiros anos. Portanto pense bem antes de tatuar o nome da sua namorada ou a cara da sua mãe. Do jeito que as pessoas não andam levando relacionamentos a sério, nem depois de casado tá dando pra tatuar o nome “dela”. E a cara da sua mãe ficará horrível em forma de tatuagem. Fica parecendo aquelas fotos pintadas que se colocam em túmulos.

O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE TATUAGENS - Na verdade a Bíblia não diz nada. E ao mesmo tempo diz tudo. Tanto os legalistas que são radicalmente contra tatuagem, quanto os liberais extremistas, tentam forçar a amizade utilizando textos ao pé da letra, sem levar em consideração o contexto. Pois analisemos algumas passagens bíblicas:

PASSAGENS BÍBLICAS UTILIZADAS EM REFERÊNCIA A TATUAGENS

“Não fareis lacerações na vossa carne pelos mortos; nem no vosso corpo imprimireis qualquer marca. Eu sou o Senhor.” (Levítico 19:28)

Esta passagem é utilizada por boa parte dos radicais que adoram estuprar o contexto da palavra de Deus. Conforme está escrito, tanto o fazer lacerações quanto o imprimir marcas, referem-se especificamente ao culto aos mortos. Portanto, como nem toda tatuagem refere-se a adoração de defuntos, não dá para generalizar. Outro ponto importante é que no mesmo capítulo, especificamente no versículo 27, há outra afirmação interessante:

“Não cortareis o cabelo, arredondando os cantos da vossa cabeça, nem desfigurareis os cantos da vossa barba.” (Levítico 19:27).

Percebe como o mesmo texto que ordena que não sejam impressas “marcas” sobre a pele também ordena que está vetado os cortes de cabelo do tipo “cuia” e também o barbear-se adequadamente? Por que um versículo deve ser levado ao pé da letra e o imediatamente anterior a ele não? Paulo explica isso na carta aos Gálatas, discorrendo acerca daqueles que queriam guardar a circuncisão mesmo após conhecerem a Cristo:

“E de novo testifico a todo homem que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei.” (Gálatas 5:3)

Então ou pega o pacote completo da Lei ou aceita de uma vez que somos chamados pela graça. Esta graça não implica em ausência de responsabilidades, mas em consciência transformada. Quem faz, deve saber o porquê e estar plenamente ciente de que prestará contas por suas ações.

O segundo argumento bíblico utilizado é de que nosso corpo é o TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO e, portanto, não devemos profaná-lo. Juro que gostaria de saber de onde provém este conceito. Mas vamos lá! Primeiramente é importante observar bem o texto em que a expressão “templo do Espírito” aparece:

“Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1 Coríntios 6:19)

Está explícito no texto como Paulo refere-se ao ESPÍRITO QUE HABITA EM “VÓS”. Na realidade nosso corpo não pode ser chamado individualmente de templo do Espírito, pois segundo explica mais detalhadamente o apóstolo Pedro:

“Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” (1 Pedro 2:4)

Somo pedras. Parte da edificação que é chamada de TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO. Individualmente não passamos de meras pedras. Apenas coletivamente somos EDIFICAÇÃO. O mais interessante é como esta edificação é composta por pedras de todos os formatos e tamanhos. É fundamental que cada um encontre seu lugar, onde há ajuste perfeito entre as partes próximas, de modo a compor o todo. A beleza da igreja de Cristo está na diversidade e não na uniformidade. Assim, não serão cores, impressas ou de nascença, que farão com que esta edificação espiritual seja profanada. Além de que, há milhares de outras pequenas coisas moralmente aceitas que podem denegrir igualmente a “beleza” do corpo que é uma pedra viva. Exemplos? Lá vai alguns:

Comer demais, comer coisas que não são saudáveis, desnutrir-se por privar-se de coisas que não são saudáveis, maquiagem definitiva, silicone nos seios, lipoaspiração, vida sedentária, beber refrigerante demais, não beber água suficiente, tomar sol em demasia sem usar protetor solar… Dá pra citar milhares de pequenas coisas que detonam com nosso corpo. Muito mais do que uma tatuagem.

A proposição bíblica fundamental para todo aquele que deseja seguir a Cristo é EQUILÍBRIO. Deus nos criou para comermos de todas as árvores do jardim. Basta termos moderação e compreendermos claramente quais os LIMITES estabelecidos. O problema é que geralmente as pessoas só conhecem seus limites depois de ultrapassá-los. Se você for tolo e fizer isto com tatuagens, será tarde demais. Portanto, MODERAÇÃO É BEM VINDA!

E pra encerrar, o terceiro argumento mais utilizado pelos que procuram justificativas bíblicas para condenar tatuagens:

“Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!” (Mateus 18:7)

Este talvez seja o argumento mais fraco, porém tem seus fundamentos. Pensem comigo: o que vem a ser literalmente um escândalo? Penso que seja aquilo que destrói pessoas, afastando-as da fé em Cristo e da sã doutrina. Assim sendo, uma tatuagem realmente até pode ser chamada de escândalo, de acordo com o contexto de cada um. Uma família pode criar aversão à fé do filho simplesmente porque discorda das decisões que este toma ao tatuar-se por pressão social da igreja que faz parte. Pode parecer idiotice, mas já vi dúzias de pessoas tatuarem até mesmo a logomarca da igreja.

No entanto, este argumento não qualifica tatuagens como proibidas, pois nem todas provocam necessariamente escândalos. Cabe a cada um discernir o quanto é conveniente e lícito tatuar-se. Cada um precisa assumir a responsabilidade por suas ações, levando em conta não apenas estes poucos textos bíblicos citados, mas também toda a mensagem do evangelho. Sabendo que cada um prestará contas pessoalmente ao próprio Deus.

Não seja burro. Na dúvida, NÃO FAÇA!

E na certeza, procure um profissional competente.

“e tudo o que não provém da fé é pecado.” (Romanos 14:23b)

Ariovaldo Jr. (Via Vivendo pela Graça)

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Somos corpo??...





O pão em nossa cultura, e diversas outras, representa, ao menos culturalmente, a unidade mínima de alimentação. Porém o pão, representado como essa unidade mínima de alimentação é composto de diversos ingredientes, tais como: farinha, sal, fermento e água.
Estes elementos sozinhos não representam em si mesmos a alimentação. Ou seja, se você comer cada um destes ingredientes separadamente, sem o preparo devido, você não terá comido pão. Ora, cada um destes ingredientes tem suas características próprias. Logo, a água é bem diferente do fermento, que é diferente da farinha e do sal. Porém, quando são misturados na medida correta e passam por diversos processos manuais e automáticos temos o conhecido pão nosso de cada dia.
Depois de misturados e processados, esses ingredientes jamais voltam a ser farinha, sal, fermento e água novamente. Suas características foram somadas e agora os ingredientes, juntos, formam um novo produto com existência própria. Ou seja, já não se olha mais a farinha, sal, fermento ou água, mas simplesmente pão.
Assim acontece com a Igreja. Somos diferentes uns dos outros. Porém, por meio do Espírito Santo somos transformados em corpo de Cristo, que a carta aos Efésios destaca tão bem. Na Igreja já não se olha mais as pessoas do ponto de vista individual, mas todos, com suas características próprias são chamados a compor este corpo.
Assim como os ingredientes são transformados para sempre, os que se integram à Igreja de Cristo também são transformados e jamais voltam a ser os mesmos que eram antes. Já não há como separar a Igreja de Cristo.
Também não se pode entender a Igreja como uma única pessoa, pois assim como os ingredientes do pão sozinhos não formam pão, não há como ser Igreja afastado da comunhão uns dos outros passando pelo processo de transformação que o Espírito Santo realiza em nós.
Agora imagine se no pão o fermento quisesse ter a mesma quantidade que a farinha? Imagina se a farinha fosse em menor quantidade? E se houvesse água demais ou de menos? Isso de forma alguma seria pão, e por não ser pão não iria alimentar.
A Igreja é formada por pessoas únicas com suas características únicas, que somadas formam o corpo de Cristo aqui na terra. Portanto não há lugar para o destaque de uns e esquecimento de outros. Cada um deve ser usado para formar o corpo de Cristo, para que todos cheguem à maturidade e pleno conhecimento de Deus. O texto de Efésios 4:11-16 deixa claro que cada um tem uma função específica, porém ninguém deve se sobressair sobre o outro, pois em um pãzinho nós não costumamos sentir mais o gosto do femento do que a textura da farinha, nem o sabor do sal mais do que a água.
Uma Igreja onde cada tenha seu papel sem passar por cima do outro, será uma Igreja que alimenta, pois seus ingredientes estão misturados de forma correta que passou, e continua passando, pelo processo de maturidade que o Espírito Santo aplica em nossas vidas.

Da Net
http://crentassos.com.br/blog/2011/12/pao.html#.TuH_yxvpgfE.twitter

domingo, 9 de outubro de 2011

Steve Jobs, a Apple e Jesus


                                                                                                                  Por Justin Buzzard 

Eu vivo há seis milhas da sede da Apple. Ontem eu dirigi as seis milhas para almoçar em um restaurante em frente a Apple com um engenheiro da Apple que faz parte da igreja que estamos plantando. Fiquei impressionado com a paixão deste homem em trabalhar na Apple e compartilhar o evangelho com seus colegas de trabalho na Apple.

Contei-lhe sobre um velho amigo meu que ocupa posição muito alta na Apple, um cristão que tem visto a propagação do evangelho de maneira emocionante dentro da empresa. Contei-lhe como nas reuniões-almoço que eu costumava ter com este velho amigo; Steve Jobs, às vezes o telefonava ou lhe enviava torpedos durante o nosso café da manhã. Isso foi o mais próximo que estive de Steve Jobs.


Mas Steve Jobs chegou perto de mim. Seus produtos estão em minha casa e no meu bolso. Invenções dele estão em sua casa também. Seu material está em toda parte.Isso é o que há de emocionante em se viver e trabalhar no Vale do Silício: o que acontece aqui afeta o mundo. Eu não acho que há uma outra região geográfica como ele, uma região que tenha tal impacto exponencial em todo o mundo. Pense sobre isso.


O Vale do Silício é o lar de: Apple, Google, Facebook, eBay, Yahoo, LinkedIn, Netflix, Hewlett-Packard, a Adobe Systems, Cisco, Oracle, Intel, e muitas outras empresas que mudaram nossos paradigmas e a maneira como vivemos.

Não é apenas o que está no meu bolso que foi impactado. Muitas vezes me pergunto se a razão de eu pregar de jeans não é porque Steve Jobs fazia suas apresentação vestido de jeans.  Teria sido Steve que tornara normal a um líder ficar na frente de uma grande multidão e fornecer informações importantes vestindo jeans? E várias vezes agora eu tenho que me referir ao ex-CEO da Apple, simplesmente como "Steve".  Essa é a cultura aqui no Vale do Silício: Casual. Você chama o CEO da empresa mais rica da América de "Steve", não de  "Mr. Postos de trabalho". Vinte anos atrás, não era assim que você se referia aos CEOs ou a outros em posições de autoridade. Aqui no Vale do Silício e em todo o mundo, Steve tem impactado a nossa tecnologia, nossa roupa, e como falamos uns com os outros.Steve realizou muita coisa em 56 anos. Na minha opinião, a minha vida e sua vida é melhor por causa de um homem chamado Steve. E agora, Steve está morto. O homem que melhorou a nossa vida perdeu sua vida.


O que eu gosto de pensar é que em seus últimos dias Steve colocou sua fé em Jesus. É inteiramente possível. Eu sei que Steve estava entrando em contato regular com os cristãos e ouvindo o evangelho na Apple. Só Deus sabe onde estaria Steve hoje.




Jesus deu 33 anos de sua vida para salvar a nossa vida.


Essa é a grande diferença entre Steve e Jesus. Steve veio para melhorar. Jesus veio para salvar. Um homem pensou que a melhoria é o que mais precisamos. O outro homem pensou que a redenção é o que mais precisamos.


O evangelho do Vale do Silício é a melhoria. Eu vivo e ministro em um lugar que está melhorando a vida aqui e em todo o mundo. Eu sonho com impacto nessa região que está impactando o mundo com um evangelho diferente. Steve é ​​grande. Mas nós não precisamos de Steve, nós precisamos de Jesus. Eu sou grato pelo homem que melhorou a nossa vida. Mas precisamos conhecer o homem que perdeu sua vida para salvar a nossa vida.


Via Buzzard Blog (Tradução Livre por Hermes C. Fernandes)

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Tatuagens, piercings e afins...

 
 
Autor: Márcia Cristina Rezende
Pode o cristão fazer tatuagens ou colocar piercings em seu corpo?

Conhecida como “Body Modification“, a prática de fazer modificações no corpo tem atraído a muitos, principalmente jovens e adolescentes. Aplicações com ferro quente, desenhos feitos com bisturi, implantes, bifurcação da língua, a variedade é grande… Um pouco menos radical e bem mais comum entre a galera, está o uso de piercings e tattoos. Enquanto isso, alguns se perguntam: o que a Bíblia diz sobre este assunto? Qual deve ser o posicionamento do cristão diante destes modismos? É possível um jovem, cujo desejo sincero é obedecer a Deus, colocar um piercing – por exemplo – e manter-se firme em sua fé?
Este é um assunto polêmico e sempre motivo de grande discussão no meio evangélico. Pode ou não pode? Convém ou não convém? É pecado ou não é? Vamos tentar analisar o assunto sem preconceitos e de maneira mais objetiva possível.
ORIGEM
Usar a pele para tatuar imagens e introduzir adornos é um costume que vem de civilizações muito antigas. Achados arqueológicos (alguns com mais de 4 mil anos) comprovam seu uso em várias culturas primitivas, como Egito, Índia, Nepal, Malásia, Tailândia, Maia, Asteca, Nova Zelândia, etc…
A popularização de tais práticas nos grandes centros urbanos advém dos anos 70, com os punks na Inglaterra e o movimento gay nos EUA. A moda chegou ao Brasil com força total na década de 80, primeiramente entre as “tribos” do underground e culturas alternativas, se disseminando entre artistas e roqueiros, espalhando-se depois entre as mais diversas camadas sociais tornando-se um símbolo pop.
SIGNIFICADOS DIVERSOS
A origem dos piercings e tatuagens está ligada a costumes de muitas civilizações antigas, e possuem vários significados de acordo com cada época e cultura.
No Egito, piercings no umbigo eram identificadores de realeza e beleza. Os Maias usavam tatuagens e piercings por motivos religiosos, estéticos e também para inibir os inimigos. No oriente (China, Japão), a tatuagem era uma espécie de homenagem a uma determinada divindade. No Império Romano, os escravos eram tatuados como sinal de senhorio. Entre os hebreus perfurar a orelha simbolizava um pacto de escravidão (Ex 21.6). Em várias culturas antigas, a tatuagem era feita por feiticeiros, como parte de rituais de passagem ou de cultos pagãos, crendo que sangue que saía das feridas levava consigo os espíritos malignos.
Mais recentemente, na Europa do séc. XVII, a tatuagem passou a ser usada pelos marujos como um talismã, distinguindo-os dos demais. No Holocausto, nazistas tatuavam os prisioneiros judeus para ofenderem sua fé e dignidade. Em algumas regiões da Europa e também nas Américas, era comum as prostitutas levarem uma marca de seus cafetões, como um atestado de propriedade. Já os membros da máfia japonesa Yakuza tatuavam grande parte do corpo como prova de coragem e de fidelidade à gangue.
Nas últimas décadas popularizou-se o uso de tatuagens por presidiários, que tatuam o corpo com marcas que revelam sua personalidade, exibem o delito que cometeu, diferenciam a facção à qual pertencem ou ainda servem como uma espécie de código, com alguma mensagem oculta.
Nos dias de hoje, em nossa sociedade, a grande maioria dos adeptos de tais adornos, o faz por motivos estéticos ou culturais. Alguns o querem como adorno por ser simplesmente bonito e atraente, outros por simbolizar sua adesão a determinada “tribo” ou ideologia, outros encaram como uma expressão de princípios e valores pessoais e há também quem os veja como uma espécie de fetiche.
OPINIÕES CONTRÁRIAS
Não dá para negar que piercings e tatuagens trouxeram para as cidades a consagração de uma nova tribo urbana. Entretanto, não são poucos os que se levantam contra esta prática, sob vários argumentos.
Tatuagens e Piercings são frequentemente relacionados à atitude de agressividade e rebeldia, com uma conotação de rompimento com os pais, o núcleo familiar e a sociedade vigente. Uma maneira de externar descontentamento e o desejo de uma vida alternativa, marginal, contrária à ordem estabelecida. Inclusive alguns setores profissionais simplesmente não contratam funcionários que tenham qualquer tipo de modificação em seu corpo, alegando que alguns adereços transgridem a visão de seriedade que a empresa ou instituição deseja transmitir.
A classe médica também tem suas restrições. Inúmeros estudos e pesquisas têm apontado os riscos de tais práticas que, mesmo seguindo todas as prescrições de higiene e realizadas por profissionais devidamente habilitados, podem acarretar infecções das mais severas, abscessos, alergias, quelóides e até hemorragias.
Entretanto, dentre os principais opositores de tais práticas, estão boa parte dos cristãos – católicos e evangélicos. Eles defendem que o exterior precisa refletir a pureza do coração e que tais adereços “corrompem” o corpo e trazem sérias implicações espirituais. Acreditam também que o uso do piercing esteja ligado a crenças hinduístas. Isto porque um dos locais mais comuns de colocação dos piercings (umbigo) corresponde a um dos sete pontos chamados chakras, que são, segundo a cultura oriental, os centros de energia onde se daria a interação entre o corpo e a mente. Os outros demais pontos conhecidos como chakras localizam-se no topo do crânio, no meio da testa, garganta, coração, ventre e baixo ventre.
BUSCANDO A RESPOSTA NO LUGAR CERTO
Mediante tanta controvérsia, voltamos à questão inicial: é lícito ao cristão fazer uma tatuagem ou colocar um piercing?
Sendo a Bíblia nosso livro de fé e prática, vamos buscar nas Escrituras esta resposta.
1. O que a Bíblia diz sobre Tatuagem
O único texto que fala a respeito de tatuagem na Bíblia encontra-se em Levítico 19:28: “Pelos mortos não dareis golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o SENHOR.” (Edição Almeida Revista e Corrigida).
Este texto faz parte de um conjunto de leis dadas por Deus ao povo de Israel que precisam ser interpretadas à luz do Novo Testamento e do restante das Escrituras. Neste mesmo capítulo, encontramos vários outros mandamentos, tais como: “durante a colheita, não colham as uvas que tiverem caído no chão” (v.10); “não furtem” (v.11); “não procurem vingança” (v.18); “não usem roupas feitas com dois tipos de tecido (v.19); “não aparem as pontas da barba” (v.27); e “honrem os anciãos” (v. 32); dentre outras. Como saber quais destas Leis devem ser obedecidas pelos cristãos e quais se restringem a uma determinada época e à cultura? Quais leis expressam o caráter e a santidade de Cristo? Quais podem ser identificadas como fruto produzido pelo Espírito Santo na vida de um indivíduo?
Podemos encontrar a resposta verificando quais delas se repetem em outros textos das Escrituras e do Novo Testamento. Com esta regra simples e básica de hermenêutica aplicada às seis leis citadas acima, não é difícil concluir que:
a) mesmo desfrutando da Graça de Deus e tendo sido libertos da escravidão da Lei, espera-se que aquele que foi justificado por Cristo não furte, não busque vingança e honre os anciãos;
b) por outro lado, não há em nenhum outro lugar da Bíblia, além da Lei Mosaica, algo que indique ser pecado misturar dois tipos de tecido na mesma roupa, aparar os cantos da barba ou recolher todas as uvas na colheita. Da mesma forma que não encontramos respaldo nas Escrituras para classificar como pecado o ato de “fazer marcas no corpo”.
É verdade porém, que existem várias citações bíblicas que condenam quaisquer rituais em favor dos mortos. Portanto, a Bíblia não condena o ato puro e simples de fazer marcas no corpo, mas é explicitamente contra fazer tais marcas se as mesmas tiverem qualquer tipo de relação com os mortos.
2. O que a Bíblia diz sobre Piercing?
Encontramos na Palavra de Deus alguns textos que fazem referência a brincos. Gênesis 35:4 e Êxodo 32:2-3 descrevem homens e mulheres que usavam brincos nas orelhas como um tipo de adorno. Em Ezequiel 16:12 o brinco feminino aparece como uma jóia presenteada pelo próprio Deus. Tal adereço aparece também em outros textos, e em nenhum deles é tido como algo que o Senhor não aprova.
O texto usado como base para condenar o uso de brincos (para os homens) e piercings em geral, encontra-se em Êxodo 21:1-6: “Então seu SENHOR o levará aos juízes, e o fará chegar à porta, ou ao umbral da porta, e seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e ele o servirá para sempre” (Ex 21:6).
Aqui lemos que a prática de perfurar a orelha entre os judeus era símbolo de uma aliança de escravidão voluntária. Todas as pessoas que vissem um homem com orelha furada saberiam que ele escolheu, de livre e espontânea vontade, ser escravo de alguém. Note que não é uma referência ao uso de brincos, mas sim ao ato de furar a orelha.
Tal costume também fazia parte do conjunto de Leis dado ao povo de Israel, e não encontramos nenhuma recomendação ou proibição a esta prática nos Livros Proféticos ou no Novo Testamento, denotando ser, portanto, algo específico para aquele povo e para aquela época.
Sendo assim, se alguém está convencido de que brincos, piercings e tatuagens eram uma questão moral para o povo de Israel, então tal pessoa deve se abster delas. Contudo, a Bíblia não declara que existem falhas morais envolvidas no uso de um piercing ou uma tatuagem, não importa qual seja o contexto.
O caso seria muito similar a outros mandamentos tais como a proibição de tocar em nenhum animal morto (Lv 5:2), de comer carne de porco (Dt 14:8) ou de se sentar na mesma cadeira onde antes se assentara uma mulher que estava “naqueles dias” (Lv 15:20). Tais práticas são inocentes em si mesmas. Elas foram consideradas erradas no antigo Israel por causa de sua associação com práticas pagãs. Se essas ações não possuem associações perversas em nosso tempo, então não existe nenhuma razão para proibi-las.
NÃO É PECADO… ENTÃO PODE?
Calma lá, vamos devagar… O texto de 1 Coríntios 6:12 alerta: “Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém”. Nem tudo é conveniente para o cristão, mesmo não sendo pecado. Há que se usar o bom senso em cada situação.
Longe de pretender colocar um ponto final a essa discussão, e tentando fugir de radicalismos (geralmente tão perigosos), creio que o jovem cristão que pensa em se utilizar de algum tipo de adorno que transforme permanentemente – ou não – o seu corpo, precisa antes ponderar séria e demoradamente sobre algumas questões:
1. Por que quero fazer isso no meu corpo? “…quer vocês comam, bebam, ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para glória de Deus.” (I Co 10:31)
2. Isto prejudicará outras pessoas? “…façamos o bom propósito de não colocar pedra de tropeço ou obstáculo no caminho do irmão.” Rm 14:13
3. Esta decisão viola de alguma maneira a autoridade dos seus pais, líderes espirituais ou governo? “Aquele que se rebela contra a autoridade está se colocando contra o que Deus instituiu” (Rm 13.2)
4. Vai causar algum tipo de mal ao meu corpo? “O homem bom cuida bem de si mesmo, mas o cruel prejudica o seu corpo.” (Pv 11:27)
5. Vai deformar de alguma forma a minha dignidade humana? “Vivam de maneira digna da vocação que receberam.” Ef 4:1
6. Apresenta alguma aparência do mal? “Fujam da aparência do mal.” (I Ts 5:22)
7. A natureza da prática dá lugar à carne, envolve magia, ocultismo, idolatria, exploração ou malignidade? “Tudo o que fizerem, seja em palavra ou em ação, façam-no em nome do Senhor Jesus” (Cl 3.17)
8. Trará edificação ou a glória de Deus? “Vocês foram comprados por alto preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o seu próprio corpo.” (1 Co 6.20)
9. Posso testemunhar da minha fé enquanto faço isso? “Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês.” (1 Pe 3.15)
10. Minha consciência terá paz se eu fizer assim? “Combata o bom combate, mantendo a fé e a boa consciência…” (I Tm 1:18-19)
* Uma resposta honesta a cada uma dessas perguntas é o que deverá definir sua escolha. São questões pessoais e diretamente ligadas à consciência, personalidade, ambiente, cultura e visão de mundo de cada indivíduo.
CONCLUINDO
O uso de adornos em geral está vinculado mais ao contexto cultural que espiritual. Por isso, não existe uma resposta única e categórica nestes casos. Para alguns, o uso de piercing, tatuagens, maquilagem, tintura no cabelo, tornozeleiras e afins é encarado com naturalidade e em nada contraria a sua fé ou seu relacionamento com Deus. Já para outras pessoas podem significar uma afronta gigantesca à santidade de Deus. Assim sendo, trata-se de algo pessoal, segundo a consciência e a cultura de cada indivíduo.
Obviamente, mesmo para os adeptos de um visual mais extravagante, existem piercings e “piercings”, tatuagens e “tatuagens”. Piercings agressivos e tattos com figuras antibíblicas sempre expressarão uma mensagem contrária à fé cristã e devem sempre ser rejeitados, como por exemplo: símbolos da Nova Era, desenhos de escorpiões, serpentes, dragões, formas sensuais, figuras esotéricas, estampas de astros e signos, caveiras, etc…
Vale lembrar ainda que, embora a tatuagem possa ser retirada por um cirurgião plástico, o procedimento não é tão simples quanto se pensa. Uma vez feita, a remoção é difícil, e quase sempre se for eliminada, deixará uma cicatriz na pele. Então evite tatuar nomes de namorados ou de qualquer outra coisa que depois, possa vir a se arrepender. Além disso, não se esqueça que esta mesma tatuagem continuará em seu corpo quando você tiver 50, 60 ou 80 anos de idade.
Lembre-se também que, por mais cuidado que se tome, sempre haverá o risco de infecções e outras complicações. Por isso é importante escolher um local devidamente regularizado para fazer sua tatuagem, com bons profissionais, e dentro das mais rígidas normas de higiene e segurança. Caso você ainda não saiba a tatuagem será gravada em sua pele com agulhas e tintas; as agulhas perfuram superficialmente a sua pele, mas entram em contacto com sangue. Portanto, todo o material utilizado para fazer a tatuagem deve ser descartável. As mesmas dicas valem para piercing que, dependendo do lugar que se coloca, costuma infeccionar com maior frequência.
Jesus Cristo, em todo o seu ministério nunca julgou ou condenou alguém por sua aparência. Ele sempre olhava para o coração. Como Ele, precisamos aprender também a olhar o outro com amor, sem preconceitos, lembrando que somos livres em Cristo para usufruirmos da multiforme Graça de Deus afinal, unidade não é conformidade.
Aquele que gosta ou acha certo, que haja em coerência com sua consciência. E aquele que não concorda ou acha errado, que faça o mesmo. Simples assim!
E pra terminar: “Quem é você para julgar o servo alheio? É para o seu senhor que ele está em pé ou cai. E ficará em pé, pois o Senhor é capaz de sustentá-lo. Portanto, você, por que julga seu irmão? E por que despreza seu irmão? Pois todos compareceremos diante do tribunal de Deus. Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus.” (Rm 14:4,10,12). Vivamos pois, a nossa fé em liberdade e amor.

Porque SER IGREJA é vivenciar a simplicidade do Evangelho e a essência do Cristianismo: amar a Deus e ao próximo.